08 maio 2012

Cuca

E hoje deixaste de estar entre nós...hoje foi o último dia em que me deste um abraço matinal e um beijo lambuzado na ponta do nariz. Hoje já não me esperaste quando regressei a casa, não abanaste a cauda nem rodopiaste em minha volta pedindo mimos. Em vez dessa euforia que tanto te caracterizava, encontrei-te deitada, como se estivesses a dormir já sem qualquer sinal de vida...
Hoje já não foste a alegria daquela menina pequenina que te vinha conhecer, pois já não estavas cá, se ao menos ela tivesse chegado umas horas mais cedo.
Hoje é um dia triste, e triste será o amanhecer sem te ter por perto, sem as mil festas matinais e o bocejar que ecoava em toda a casa.
Amanhã, bem amanhã será um novo dia, mas certamente mais vazio e menos alegre, não apenas para mim, ou para os pais, mas também para os vizinhos que todos os dias te estragavam com mimos, e para os quase estranhos que pontualmente passam junto ao portão e te cumprimentavam com uma simpática festa.
Hoje fazes-me tanta falta e recordo com carinho o dia em que entraste na minha vida e eu desejei que durasses 100 anos. 
Hoje queria que o dia de hoje recuasse no tempo e parasse nem que fosse nesta manhã tão saborosamente igual a todas as outras em que estavas a meu lado à espera de um pedaço de pão embebido em café ou de uma fatia de fiambre.
Hoje só queria que não tivesses partido...apenas isso.

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